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à nora com a sogra

Um blog sobre histórias de família em geral e mães de maridos em particular. Ou um registo terapêutico de episódios reais que mais parecem ficção.

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Vai de retro, Sogra.

Não.

Nem pensar.

Fora de questão.

Tocou o telefone de casa, ainda agora. Domingo de Páscoa, já no finalzinho, o jantar ao lume, as moças nos banhos.

O Coiso ao meu lado no sofá, agarra e atende.

Silencio, que é a minha Sogra. A senhora dona Sogra, lembrou-se de ligar, a desejar as boas Páscoas- pensei eu, enganada.

Entre dentes, o Coiso diz-me baixinho: "anda há uns dias a pedir-me se pode cá vir passar uns tempos... tenho-me esquecido de te dizer"

De olhos esbugalhados e de forma bem sonora rebento um "Não!!" sem sequer querer saber se a senhora ouviu ou não. Assim de repente, senti as amêndoas da Páscoa aos saltos na barriga e até me arrependi de não ter experimentado um copinho de Gin Tónico entretanto.

Como a conversa não se descosia dali, o marido estava com alguma dificuldade em fazer entender que "agora não é uma boa altura para vires" e como a frase "a Coisa anda em tratamentos e não convêm ter mais trabalho, precisa é de descanso" não chegava a passar para o outro lado da linha, eu só vi uma única opção.

 

Levantei-me, passei por detrás do sofá e desliguei o cabo do telefone, directamente da parede.

Ups. Foi sem querer.

(Ela não voltou a ligar. Nós também não.)

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