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à nora com a sogra

Um blog sobre histórias de família em geral e mães de maridos em particular. Ou um registo terapêutico de episódios reais que mais parecem ficção.

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Estou viva! Viva assim-assim, vá.

Cada vez que olho para o link deste blog ou sempre que recebo uma notificação no Facebook sinto-me falhar. Tanta gente que nos pede para escrever, tantos comentários de pessoas que têm saudades nossas e eu aqui, paralisada, bloqueada, em silêncio.

Sempre fui sincera neste blog e não é agora que vou deixar de ser, acreditem quando vos digo, eu já não tenho sogra. Já tive, noutra vida, quando eu era outra pessoa, uma pessoa que já não reconheço, que mais me parece uma personagem de um filme, de um livro daqueles que ninguém lê.

Há tanto tempo que decidi escolher a minha sanidade mental que acho que já nem me lembro de histórias hilariantes ou de piadas giras. A minha sogra já não tem poder sobre mim, nem para o bem nem para o mal, é só mais uma pessoa no planeta, uma pessoa a quem não desejo nem mal nem bem, uma pessoa que não me interessa, ponto final.

Vezes sem conta faço um esforço enorme por me lembrar de alguma para aqui escrever mas não consigo encontrar nada. É como se estivesse curada, não sei. As memórias já não me chateiam, não me irritam, seguramente já não me transtornam, mas também não me fazem rir. Eu sei que aconteceram na minha vida, mas não as sinto como minhas, é tão estranho. Diz que quando já não nos interessa olha para trás é porque estamos a fazer alguma coisa certa, acho que é isso. 

Certamente um dia destes vou lembrar-me de algum episódio hilariante para vos contar, mas no entretanto não me quero sentir em falta. Muita gente nos pergunta como é que fazemos para aguentar, para superar sogras que não lembram a ninguém, bem, nisso posso ajudar, posso tentar contar-vos o processo, o que me foi acontecendo, mas não esperem rebolar no chão a rir, tudo tem um preço, é só uma questão de saber se estamos dispostos a pagá-lo.

No entretanto, teria muito gosto em receber-vos no meu blog de todos os dias onde se fala sobre a vida... pós sogra!  Até tenho um endereço novo a estrear: www.makinglemonade.blogs.sapo.pt. Passem por lá! E pela página do Facebook! E pelo Instagram! 

Ao contrário de mim, que me faltam histórias, diz que à Coisa, o que lhe falta é tempo. Coisa, onde é que andas?

Telefonemas que me deixam à nora com a sogra

Se há coisa que me faz confusão é não se pensar no futuro.

Sim, já sei, blá blá blá que o presente é que é para se viver e não se perder pitada e tal e tal.

Oh bolas, mas isto de se ter filhos é coisa importante e há que pensar no futuro, sim senhora! E mesmo que não se tenham filhos… nós! Nós também somos importantes e merecemos viver tranquilos e com uma almofada (zinha, por vezes), para quando se cai. Por isso, sempre que se pode, coloca-se uns trocos de parte. Verdade? É que às vezes o futuro acontece sem se estar à espera e estar minimamente preparado é a diferença entre o pânico e a tranquilidade.

Sim, sou muito utópica. Sim, eu sei que nem sempre sobra para poupar. Mas daí a se ser louco… vai uma grande distância.

Querem ver?

Com certeza lembram-se de ter deixado ventilar aquele comentário do telefonema da Sogra, sim? Pois bem, isto se fosse uma novela mexicana, tinha imensa piada. Mas não é. É a realidade, ao vivo e a cores – sabe Deus se cores suaves ou excêntricas.

O primeiro telefonema veio no final de Março, já lá iam uns largos meses que não dava sinal de vida. Claro que atendido por uma das netas não tem piada e a pergunta é disparada sem perdão “o pai está em casa?”

- Não avó, estamos só nós e a mãe.

“ Ele que me ligue depressa está bem?”

E desliga. Assim. Sem mais. Não interessa nada que a miúda fosse parente e até quisesse dar notícias. (Principalmente porque nunca atende o telefone quando estas lhe ligam).

Detalhes do dia à parte, o Coiso lá lhe ligou depois do jantar, ali sentadito ao meu lado do sofá e eu nem queria acreditar no que os meus ouvidos escutavam. Precisava de um “empréstimo” pequenino, 250 Euros, porque tinha a conta de blá blá blá mais a outra que estava já com os serviços cortados e a cereja no topo do bolo: para as despesas de farmácia mensais. Quem me lê assim, fica com pena da senhora D. Sogra e até torce para que tenhamos enviado dinheiro, não é? Afinal, a senhora precisa dos seus medicamentos!

Pois. Mas só que não. A Senhora Dona Sogra ganha 3100 Euros limpinhos de reforma. E tem língua afiada para se valer do seu topo de carreira e de “só” ganhar isto porque resolveu reformar-se antes do tempo, perdendo alguns anos de serviço.

Não é quanto ganhas é o que fazes com ele, já diria o meu marido. Desta vez as queixinhas e o choradinho não deram em nada por motivos que não interessam nada. Assim que se apercebeu que o filho desta vez não ia abrir os cordoes à bolsa, despachou-o, friamente. “É para o lado que durmo melhor”, disse-me ele despreocupadamente. Já eu, fico preocupada… Não consigo evitar.

Enfim, adiante.

Para grande surpresa minha (que eu continuo a acreditar em Unicórnios e fadas e afins), a senhora Sogra resolve ligar 2 semanas mais tarde. A estranheza instalou-se logo mas o Coiso atendeu o telemóvel.

Olhem, não sei se me caiu o queixo, se me baralharam os neurónios, se o que é que me deu. Quando o meu marido começa a falar e a fazer os seus comentários e opiniões e eu a ouvir ela do outro lado da linha a dizer já em tom de ameaça que “o dinheiro é meu e eu faco o que bem me entender”, eu já estava num misto de não quero saber; não quero me meter e oh! Ceus! O que foi agora.

Eu devo ser uma querida, porque a Senhora Sogra ainda teve tempo para dizer que eu iria afiançar que tinha sido uma boa oportunidade. Desculpe, como é que é?

E outra vez… vamos lá… Pois. Só que NÃO!!

Não é que a senhora Sogra resolveu comprar um terreno, porque precisa para colocar a caravana [outra das compras doidas da sogra] e nunca se sabe se um dia pode valer muito e assim?!?

Opaa, sinceramente… ora telefona porque não tem dinheiro para a medicação e resolve pedir [mais um] empréstimo ao banco para comprar um terreno? Isto é tudo menos normal. O Coiso bem barafustou que ela devia era ter juízo e viver descansada na casa que tem, com piscina e tudo. Mas ela diz que precisava deste terreno, no meio da Serra Algarvia, assim… quase inacessível. Muito bom para fazer picnics, diz ela.

E melhor?!? Melhor, melhor foi o marido dela não concordar com a compra do terreno precisamente porque tem noção que ela gasta e gasta e gasta até ao último tostão e que a vida não está fácil para eles. Melhor foi ela dizer que o expulsava de casa se ele não aceitasse comprar o terreno. E ainda melhor foi ela decidir que se divorciava [outra vez, deste pobre desgraçado] e enquanto não tivesse o apoio dele, não lhe dirigia palavra.

Oh senhores. Mas que paciência. Não, não sei que pecado é que ele está a pagar. Mas deve ser penoso.

E comprou o terreno, fez escritura, fez tratamento de silêncio ao pobre do homem, fez dele motorista para o vai e volta destas situações todas e no final? No finalzinho?

Não conseguem levar a caravana para o terreno. A inclinação do acesso e o facto de ser terra batida com muitas irregularidades e pedras, não permite que a caravana vá para o terreno.

Haja pachorra.

Carta à minha sogra...

Querida Sogra,

 
Como está? E a saudinha?
 
Sabia que estão quase a passar cinco anos desde a última vez que tivemos contacto directo consigo? Cinco anos são muitos anos. Anos suficiente para lhe escrever qualquer coisa sem ressentimentos ou acusações. Sabe, há cinco anos eu era outra pessoa, era mais tolerante e disponível, menos exigente, mais generosa com o meu tempo. Há cinco anos, as minhas melhores características estavam esfumadas em quase nada porque vivia bloqueada pela certeza de que à família é obrigatório desculpar tudo. Há cinco anos eu ainda tinha às costas o peso de achar que lhe estávamos a dever alguma coisa. Há quase cinco anos, quando me enfiei num avião para remediar a situação que você causou, ainda não sabia o que é a vida me ia trazer. Mas agora já sei e parece-me que é tempo, tempo de lhe agradecer.
 
Há dias o miúdo foi brincar para casa de um amigo, férias da escola e quem estava a tomar conta dele era a avó, mãe da mãe. Estivemos ali dez minutos à conversa e a senhora lá me foi dizendo que agora é ela, mas que nas próximas férias vêm a avó mãe do pai e que se vão revezando assim, que aproveitam para passar tempo com os três netos e dão uma mão aos filhos. Na semana passada, à porta do supermercado, ajudei um senhor que se estatelou no meio do chão e abriu o sobrolho. Não fiz grande coisa, dei-lhe lenços de papel e depois dele ter limpo a ferida, pus-lhe um penso que tinha na mala. Mas ajudar aquele senhor, que tinha certamente idade para ser meu pai, lembrou-me que eu não tenho pai e que consequentemente os meus filhos não têm avô. Ainda outro dia dizia isso ao seu filho, que muitas vezes permito excessos aos miúdos porque tendo a querer compensar as coisas que não lhes podemos dar, como uma vida familiar normal. Ia escrever que esse é o único ressentimento que lhe guardo, mas no fundo não é verdade. A verdade é que lamento, lamento que os miúdos nunca venham a ter a experiência que eu tive, mas no fundo há coisas piores, não é? Por isso lhe digo, mesmo calculando que o assunto nunca a tenha incomodado, que não há ressentimentos, o passado está no passado e o que importa é aprender com a experiência.
 
Por falar no passado… Os miúdos estão enormes! À parte daquilo que é normal para a idade, acho que temos feito um trabalho decente a educa-los. Temos superados mudanças de casa e escola com beijos e abraços e nos momentos mais difíceis focamo-nos nas coisas boas, como facto deles falarem fluentemente três línguas (quase 4) aos 11 e 7 anos. Viajamos o que podemos porque queremos mostrar-lhes o mundo e todos os dias nos esforçamos por ser bons exemplos. Gostaríamos que eles se tornassem em pessoas humildes mas seguras de si e do seu valor, justas e altruístas, felizes. É por isso que lhes ensinamos que respeito é devido a todos, que não somos melhores que ninguém, que ser diferente é bom e que devemos sempre dizer a verdade. Eu sou particularmente pouco tolerante a mentiras, confesso, e essa é uma das razões pelas quais nunca lhes escondemos o porquê de sermos tão poucos. A mais velha lembra-se daquela vez em que você lhe disse que os sapatos dela eram horríveis, sabia? Ela teria quê, 4 ou 5 anos? Não se lembra de grandes pormenores, mas recorda-se do mau estar, das discussões, da tensão. O mais novo não tem qualquer memória, ainda outro dia ficou espantado porque nunca se tinha lembrado que o pai também tinha uma “mãe”, a realidade dele sempre foi assim e lamento dizer-lho, mas podia sentar-se ao lado dele no autocarro e ele não saberia quem é. Mas há sempre qualquer coisa de bom em tudo o que nos acontece, se não fosse a decisão que tomamos há cinco anos, não teríamos legitimidade para ensinar aos nossos filhos que devemos exigir que nos tratem bem, que nos respeitem na igualdade e na diferença, não poderíamos explicar-lhes que as relações entre as pessoas não se baseiam em sangue ou parentesco, mas em lealdade, em honestidade e em amor incondicional. 
 
O seu filho está óptimo, mais giro e interessante que nunca. Sei que ele dá o devido valor ao que tem e que já fez as pazes com o que a vida não lhe permite, mas às vezes custa-me que ele não tenha ninguém da sua família de origem que goste e precise verdadeiramente dele. É que o seu filho mais novo é um homem a sério. Se vivêssemos todos uma vida normal, acho que era dele que você, querida sogra, devia estar mais orgulhosa.  É que apesar da negligencia e da falta de modelos nos anos de formação (e da absoluta incompetência para escolher prendas ou fazer surpresas), ele é o melhor pai e marido de sempre. Profissionalmente, só para lhe dar uma noção do quanto subestimou o seu filho, digo-lhe que na multinacional onde trabalha só há três pessoas acima dele. E asseguro-lhe que ele não se ficará por ali porque tem potencial para muito, muito mais. Como mãe entristece-me que você não possa ver a pessoa verdadeiramente excepcional que o seu filho se tornou, mas sei também que se visse nunca teria capacidade para apreciar… Ele confessou-me outro dia, já nem sei do que é que estávamos a falar na altura, que nunca se sentiu completamente confortável na vossa família, que muitas vezes se sentia envergonhado pela falta de decoro e excesso de alarvaria. É triste, não é? Espero que lhe contente saber que apesar de tudo ele encontrou um lugar no mundo e que ao contrário de muita gente, não vive em piloto automático. Quanto a mim, sejamos sinceras, não vale a pena gastar tempo com assuntos que não lhe interessam minimamente. 
 
Acrescento somente que estamos bem, todos bem, vivemos em paz. E é essa paz que tenho que lhe agradecer, no fundo. Esta paz só começou a ser construída no dia em que cessamos todo o contacto consigo. E se ao inicio foi esquisito, se a decisão radical doeu por nos fazer questionar os nossos próprios valores, agora tudo é claro: a diferença é normal, a personalidade é tolerável, mas a maldade é absolutamente inaceitável. Sabe, é que eu compreendo a diferença e sei que a educação e formação moldam as pessoas mas não fazem delas melhores ou piores, o que faz de nós o que somos é o que temos no coração e o seu, querida sogra, está cheio de rancor, de inveja, de peçonha. Não sei porquê e para ser sincera já nem me interessa, o que sei é que, da mesma maneira que os anos de contacto consigo esbateram mas não destruíram o que o meu coração tem de melhor, você nunca vai deixar de ser assim. 
 
Foi um processo longo, mas digo-lhe honestamente, já não lhe desejo mal nenhum (em tempos um balde de fertilizante animal pela cabeça abaixo não me teria parecido nada mal). Mas também lhe asseguro, não a quero na minha vida. Jamais. Nem a si nem ao resto da trupe, que feliz ou infelizmente é igual ou parecida consigo. Viver rodeado de gente que trás ao de cima o melhor de nós é como um estilo de vida, depois de experimentar, o que estava para trás deixa de fazer sentido. Foram 10 anos de uma tortura constante, depois mais uns tantos para por tudo no lugar, hoje, passados quase cinco anos do final da novela mexicana que foi lidar consigo não podia estar mais satisfeita com a decisão de não aturar mais merdas. Obrigada querida sogra, porque depois de devidamente empilhadas, analisadas e processadas, as intrigas, as tensões, as quase imperceptíveis crueldades fizeram de mim uma pessoa muito melhor. Obrigada querida sogra por me ter levado ao limite, por ter testado a minha sanidade mental e a elasticidade do meu casamento. Obrigada pelo exemplo do tipo de mãe que eu nunca vou ser. Obrigada querida sogra por ter fugido na calada da noite, facilitando a nossa mudança de vida e posteriores descobertas sobre outros familiares igualmente tóxicos. Obrigada, apesar de tudo e principalmente, pelo seu filho.
 
Espero que esta carta a encontre bem e, utilizando um lugar comum de forma perfeita, não posso terminar sem deixar lhe desejar... o dobro daquilo que você me deseja a mim.
 
a sua nora, 
Criatura

Vai de retro, Sogra.

Não.

Nem pensar.

Fora de questão.

Tocou o telefone de casa, ainda agora. Domingo de Páscoa, já no finalzinho, o jantar ao lume, as moças nos banhos.

O Coiso ao meu lado no sofá, agarra e atende.

Silencio, que é a minha Sogra. A senhora dona Sogra, lembrou-se de ligar, a desejar as boas Páscoas- pensei eu, enganada.

Entre dentes, o Coiso diz-me baixinho: "anda há uns dias a pedir-me se pode cá vir passar uns tempos... tenho-me esquecido de te dizer"

De olhos esbugalhados e de forma bem sonora rebento um "Não!!" sem sequer querer saber se a senhora ouviu ou não. Assim de repente, senti as amêndoas da Páscoa aos saltos na barriga e até me arrependi de não ter experimentado um copinho de Gin Tónico entretanto.

Como a conversa não se descosia dali, o marido estava com alguma dificuldade em fazer entender que "agora não é uma boa altura para vires" e como a frase "a Coisa anda em tratamentos e não convêm ter mais trabalho, precisa é de descanso" não chegava a passar para o outro lado da linha, eu só vi uma única opção.

 

Levantei-me, passei por detrás do sofá e desliguei o cabo do telefone, directamente da parede.

Ups. Foi sem querer.

(Ela não voltou a ligar. Nós também não.)

O truque está nos olhinhos de borboleta, sabiam?

Vamos ser honestas. De vez em quando, a coisa ferve de tal forma cá dentro que nos dá mesmo é vontade de responder – torto, sinuoso, ríspido e curto.

Vamos ser ainda mais honestas. Nessas mesmas vezes a reposta certa, perfeita, ideal surge-nos na mente… uma hora depois de tudo se passar. E remoemos, remoemos e ficamos zangadas connosco próprias por não termos respondido logo no momento.

Eu aposto que se alguém se desse ao trabalho, escavasse bem nas civilizações antigas e desde os desenhos das cavernas aos hieróglifos egípcios, iriam encontrar representações, desabafos e outros queixumes de Noras frustradas e Sogras abelhudas. Inevitável fugir a essa realidade.

A questão passa sempre por haver dificuldade entre um triângulo que não sendo bem um triângulo amoroso, quando não gerido da melhor forma coloca em causa o lado amoroso da questão. Ou por outras palavras, como medir dois pesos de uma balança… responder a uma Sogra azeda sem prejudicar a relação com o marido.

Tarefa Hercúlea… e tivesse sido uma Herculana em vez de um Hercules, garanto-vos que não seriam os 12 trabalhos de Hercules, seriam 13 – “Sobreviver à ira de uma Sogra”.

Saber medir uma resposta entre o aceitável e o eficaz não e simples mas e concretizável.

Deixo-vos umas dicas.

 

- Educação -

Por mais que nos tentem, uma resposta educada, pausada e em tom de voz baixo mas assertivo coloca-nos no patamar de cima. Até conseguimos dizer as coisas de forma mais real e tudo. Ora vejam:

Sogra – “Olha la, não achas que o meu filho já merecia uma casa mais arrumada?”

Nora – “Tem toda a razão! Podia pedir-lhe para ele não a desarrumar tanto, sff? E se conseguir que ele ouça, pode pedir-lhe também que coloque a loiça suja na maquina? Muito obrigada.” – Terminar com um obrigada, sorriso armado e olhinhos de borboleta a piscar - parece que faz um efeito de confusão nas Sogras, pelo que deve ajudar.

 

- Aceitar a ajuda com entusiasmo -

Ou deixar a Sogra achar que está a ganhar terreno sem o estar.

Sogra – “Se quiseres, posso vir cá dar uma ajuda com a roupa, parece que não tens tempo.”

Nora – “oh! Isso era fantástico da sua parte. O seu filho gosta das cuecas passadas do avesso, depois passadas na parte exterior e depois dobradas de forma que fique tipo quadrado simétrico e arrumado nas gavetas por ordem de cor, com desenho, sem desenho e tecido. As de cetim normalmente prefere com vincos mas as boxers de algodão não podem ter vincos. Com as camisolas, o processo deverá ser semelhante mas não gosta que se note o vinco a meio do peito por isso convém dobrar com um esquadro mas sem deixar que o vinco passe por baixo da linha do peito. Quer que vá já buscar o ferro?”

 

- A comidinha preferida do filho -

Só a Sogra é que sabe fazer aquela comidinha fantástica.

Sogra – “O meu filho gosta é do meu arroz. E da minha sopa!”

Nora – “Verdade! Por isso é que não entendo como engordou tanto desde que casou. Ele nem come quase nada da minha comida!”

 

- Os Netos -

Que Sogra não pega com a história de que ela é que sabe como melhor educar os NOSSOS filhos? E sempre com a resposta típica de que já educaram um (ou mais) e sabem bem o que a casa gasta. Resposta para isso? Olhinhos de borboleta, sorriso gigante e a tal voz calma e educada:

Nora – “ Gostaria muito que o meu filho fosse melhor Homem que o meu marido” ou “A minha filha saberá sempre como reconhecer melhores atitudes que a que o Pai foi ensinado. Uma mulher bem-educada vale por dois Homens!”

 

E para as Sogras como a minha, hiper religiosas (para o que lhes interessa), nada como usar sempre o mesmo chavão:

Nora – “ Então mas a Bíblia não diz no Livro de Genesis 2:24 que "o homem deixará seu pai e mãe e se unira à sua mulher." Jesus repete esta ordem em Mateus 19: 4-6 e Marcos 10: 6-8. Neste contexto, a palavra "unir-se" refere-se ao estabelecimento de uma união "uma só carne" entre marido e mulher. Isso significa que quando um casal se casa, eles deveriam fundar uma nova unidade familiar, distinta e separada das suas famílias de origem, ou seja, ninguém deve meter a colher.”

 

Isto claro… com olhinhos de borboleta, sorriso gigante e a tal voz calma e educada.

A minha sogra tem...

Antes de mais... Feliz 2015! Que as sogras não vos dêem cabo da cabeça!

 

Pois que no final do ano passado fiquei a par de uma novidade estonteante: a minha sogra tem uma conta no Facebook! Uau!

O primeiro passo foi bloquear o endereço nos nossos perfis pessoais todos, como é obvio, mas depois uma pessoa pode sempre apreciar. Assim às primeiras temos a foto, onde com detalhe se pode analisar as trombas das senhora, com a cara de enjoada do costume, como se lhe estivesse sempre a cheirar mal. Eu não a vejo seguramente há uns 5 anos, na foto está igual à ultima vez que a vi, mas maior, vá. Depois há a lista de amigos, não sei quantos são, o que sei é que a lista de amigos dela é praticamente igual á minha lista de bloqueios, uma maravilha portanto, todas as pessoas que ela envenenou ao longo dos anos, ali concentradas num quadradinho. Tanta gente que não aprende, caramba. Os likes também dizem muito sobre ela, mas nem vou por ai, porque gostos são gostos e cada um tem os seus.

E depois a melhor parte, os comentários nas várias publicações. Muitos são só parvoíces como "ah D. não sei quantas está tão linda na foto" ou "ena pá a D. não sei quantas agora tem Facebook"  mas há alguns que me preocupam verdadeiramente, gente que eu não conheço (que calculo tenha iniciado algum tipo de relação com a minha estimada sogra depois de nós termos saído de cena), que diz coisas tipo "D. não sei quantas, obrigada por ser minha amiga" ou "estou muito feliz por a D. não sei quantas ser como é". Estas frases são assustadoras. Agora já não, porque já me deixei disso, mas antigamente eu era criatura (espera, eu sou a criatura!) para ter pena desta gente, para ter uma pontinha de vontade de avisa-los(as) sobre o que vem a seguir, sobre o que acontece no dia em que não fizerem exactamente o que a D. não sei quantas quer que façam, ou o que já está a acontecer, porque o acto de falar mal pelas costas faz parte do ADN da minha sogra. Amiga? Really? Esta gente está ceguinha? Aquela pessoa não é amiga de ninguém, nem dela própria quanto mais! E obrigada por ser como é? Puxa! Eu cá sou agradecida por muita coisa nesta vida, mas o feitio da mãe do Homem jamais fará parte da lista! Pobres almas, nem sabem o que, mais cedo ou mais tarde, as espera... 

A minha sogra tem Facebook, e as vossas? Contem-me tudo!

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